segunda-feira, 30 de abril de 2012

TITANIC - CEM ANOS

Titânico no fundo do oceano





National Geographic acaba de colocar on-line fotografias de alta resolução que consistem de 1500 imagens montadas a partir dos destroços do Titanic tal como é agora o fundo do oceano, você pode ver mais aqui .



( Via )
Construção do Titanic













































































Fonte: O Retronaut
TITANIC: 100 ANOS DEPOIS
T
O naufrágio mais famoso da história está prestes a completar 100 anos.
 Tanto tempo se passou e a polêmica e interesse pelo Titanic só faz aumentar ao longo dos anos.
 É hora de regressar ao transatlântico e relembrar os fatos, as lendas e os personagens da tragédia do maior navio do mundo.



10 de abril de 1912, milhares de pessoas se aglomeram no porto de Southampton, na Inglaterra, para dar adeus a seus familiares ou amigos,
ou apenas para ver partir o maior objeto móvel já construído pelo homem -
 o Titanic. Ninguém poderia imaginar que o maior transatlântico do mundo nunca mais voltaria daquela viagem inaugural,
 nem que as vidas daquelas 2.240 pessoas a bordo estariam marcadas para sempre após aquela trágica viagem que nunca teria fim.
 É hora de regressar ao velho Titanic.

Construído por três anos, de 1909 até ser finalizado em 1912 nos estaleiros da Harland and Wolff em Belfast, Irlanda,
 o Titanic desde o começo foi concebido para ser o maior navio de passageiros até então construído e rivalizar com os poderosos navios
 Lusitânia e Mauritânia da companhia rival Cunard Line. O Titanic e seus irmãos Olympic e Gigantic (depois Britannic, ainda em construção),
pertenciam a classe Olympic da companhia White Star Line e estavam destinados a ser os maiores e mais
 luxuosos transatlânticos do mundo. O destino foi implacável com quase todos os três navios, além do naufrágio catastrófico do Titanic,
seu irmão caçula e menor dos três - Britannic, também naufragou torpedeado por um submarino alemão durante
 a 1ª Guerra Mundial. Apenas o Olympic não teve destino parecido ao dos irmãos, quase idêntico ao Titanic, mas um pouco menos gigantesco,
 subsistiu a todos e se tornou outro grande mito da história dos mares, tendo sito desativado apenas nos anos 30.



Os números do Titanic impressionam pela monumentalidade. Seu comprimento era de 269, 10 metros, sua largura de 28 m,
 com tonelagem bruta de 46.328 toneladas, e altura de 18 m da linha d'água até o deque de botes. O Titanic também estava dotado
 dos equipamentos mais modernos e poderosos propulsores da época. Havia 29 caldeiras alimentadas por 159 fornos de carvão
 a combustão que tornavam possível a velocidade máxima de 23 nós (43 km/h), incrível para a época. Apenas três das quatro
 chaminés de 19 m de altura eram funcionais, a quarta era usada apenas para ventilação e foi adicionada para dar uma aparência
 mais impressionante ao navio. O navio podia transportar até mais de 3.500 pessoas, entre passageiros e tripulação. De alguma forma,
parecia totalmente crível que se divulgasse o Titanic como inafundável.

O Titanic foi um dos mais luxuosos transatlânticos até hoje a singrar os mares. Superou todos com seu luxo, requinte e opulência soberbas.
 A seção da primeira classe podia desfrutar de piscina coberta, academia de ginástica, uma quadra de squash, banhos turcos, banhos elétricos e o
Café Verandah. As salas comuns da primeira-classe resplandeciam toda a magnificência do Titanic, a decoração sofisticada em estilo eclético incluía
 painéis de madeira adornados, móveis requintados, lustres de cristal, pisos caros e muitos quadros e pinturas elegantes. As cabines chamavam
 atenção pelo conforto e decoração luxuosa. A famosíssima grande escadaria da primeira classe reluzia iluminada por uma abóbada de cristal e ferro.
A segunda classe também dispunha de biblioteca, salão de beleza e Fumoir, igual a primeira classe. O Café Parisien oferecia alta gastronomia num ambiente
 extremamente chique aos passageiros da primeira classe, e não havia semelhante no Olympic. Até as instalações da terceira classe gozavam de uma boa infra estrutura.
O Titanic desfrutava dos mais modernos recursos tecnológicos da época, como elevadores elétricos e rádios Marconi, manejado por dois operadores que se revesavam
 em turnos e podiam transmitir constantemente as mensagens dos passageiros e manter contato com a terra, fato que permitiu a salvação dos sobreviventes durante o
 naufrágio do navio. Tudo isso, iluminado pela eletricidade que abrangia todo o navio e representava o signo do progresso no novo século. Era em suma, um navio moderno.





Entre os passageiros do Titanic, principalmente na primeira classe, estavam figurões da alta sociedade inglesa e americana. Gente muito importante, entre nobres,
 industriais, artistas ou apenas socialites. Mas, a maioria esmagadora eram de gente pobre, imigrantes italianos, franceses ou ingleses, das mais variadas nacionalidades
que buscavam iniciar uma nova vida na promissora América. Infelizmente, a maioria deles não sobreviveria ao naufrágio.

A viagem no Titanic, que durou apenas quatro dias, se sucedeu com fausto para os ricos, como deveria ser. E promissora e feliz para aqueles que carregavam a esperança
de um futuro feliz no outro lado do Atlântico. Após a partida em Southampton, o Titanic fez duas paradas para a entrada de mais passageiros em Cherbourg - França e
Queenstown - Irlanda. Durante o dia, desenrolavam-se os encontros sociais da primeira classe em passeios pelo convés, excursões pelo navio, e almoços nos elegantes
restaurantes. Pela noite, as senhoras estreavam suas vestimentas da última moda nos chiques jantares oferecidos pelo capitão Smith na primeira classe, e os senhores
 gastavam o tempo em reuniões formais no Fumoir. A estratificação das classes do navio era regiamente seguida, os ambientes não eram comuns a todas as classes e
havia até partes do convés para cada uma delas. Durante o naufrágio do Titanic, a separação de classes, era até então aceitável, mas viria a ser um dos fatores X para a
 perde de tantas vidas, principalmente as da terceira classe, que só pode ser evacuada após as duas outras classes, quando quase todos os botes já haviam sido baixados.





Todos conhecem os fatos que levaram ao naufrágio do Titanic na noite do dia 14 de abril de 1912. A colisão com o Iceberg as 23:40 da noite, os primeiros sinais de socorro
 em CQD e logo depois SOS que entraram para a história, e os botes que começaram a descer às 00:31. Dando início ao pânico e terror que permeou as últimas horas e minutos
 de vida do Titanic e seus passageiros, o que pode ser chamado de corrida pela sobrevivência. Às 2:05 é arriado o último bote salva-vidas , o desmontável D com 44 pessoas a bordo.
 Ainda assim, no navio há centenas de pessoas lutando por suas vidas. Às 2:10 é enviado o último sinal de rádio pelos telegrafistas. Às 2:18 as luzes do navio piscam pela última vez
 e se apagam para sempre. Às 2:20 o Titanic mergulha pelas profundezas do oceano, arrastando consigo centenas de almas. Cujos últimos momentos são tenebrosos demais para sequer
 imaginarmos.

Agora, milhares de vidas estavam lançadas ao mar para a morte. O silêncio que antes imperava, dava lugar a gritos de pânico e socorro. Em pouco tempo, praticamente todos morreram
 de hipotermia, nas águas congelantes do Atlântico norte. Enquanto isso, os passageiros nos botes assistiam passivamente aqueles momentos de terror profundo. Apenas um bote
 regressou em busca de possíveis sobreviventes, o 14. Mas, naquele momento quase todos já haviam morrido. Apenas seis pessoas foram resgatadas com vida da água. Seis, dentre mais
 de 1.500 pessoas. Como disse a personagem Rose interpretada pela atriz Gloria Stuart em determinado momento do filme Titanic de James Cameron -"E para aquelas 706 pessoas nos
 botes salva vidas, só restava esperar. Esperar pela morte ou por uma absolvição que jamais viria."

Às 4:10 da manhã de 15 de abril de 1912, o navio Carpathia chegou ao local do naufrágio para resgatar os sobreviventes do Titanic. Ele era o navio mais próximo do Titanic no momento
 da colisão com o iceberg, e apesar de ter vindo em velocidade máxima ao seu encontro, só conseguiu chegar duas horas após o naufrágio. O Carpathia rumou com os 706 sobreviventes
 para Nova York, onde chegou em 17 de abril de 1912. O número de mortos ainda é questionado, numa quantia que varia entre 1.500 almas.





Apesar das condições catastróficas do naufrágio do Titanic. A maioria dos fatos e lendas que subsistiram até hoje, comprovam que a maioria dos passageiros manteve a decência
 e compostura. Seja na três classes, ou na tripulação, há histórias que nos asseguram da bondade e solidariedade de alguns em prol de muitos. Os dois operadores do telégrafo,
 Harold Bride e Jack Philips enviaram sinais de rádio até quando puderam na esperança de um resgate rápido, um deles não sobreviveu. Os músicos da orquestra tocaram fielmente
 até o momento do naufrágio, todos morreram. O Capitão Smith e o arquiteto naval do Titanic - Thomas Andrews mantiveram a honra e afundaram junto com o navio. Margareth
Brown entrou para a história como A inafundável Molly Brown, ela era uma dama da alta sociedade americana, e passageira da primeira classe que durante o naufrágio do Titanic
 ajudou muitos passageiros a embarcar em botes salva-vidas antes de ser convencida a embarcar no bote de número 6. Após o naufrágio, quando milhares de pessoas estavam
 jogadas a própria sorte no mar gélido, ela também protestou sozinha, contra a vontade de todos, para que o bote voltasse ao local dos destroços para tentar salvar mais vidas.
Tornou-se uma heroína.
Outros ficariam marcados para sempre, como Sir Bruce Ismay, o presidente da White Star Line sobreviveu ao naufrágio garantindo seu lugar num dos últimos botes salva-vidas.
Visto como egoísta e individualista, a sociedade nunca o perdoou por esse feito.





Na manhã seguinte a do naufrágio, os primordiais jornais da época e agências de notícias já davam destaque a catástrofe do Titanic. Mas, curiosamente, a maioria embarcou numa onda
 de positivismo que afirmava que ninguém teria morrido no naufrágio, ou até mesmo que o Titanic seria rebocado e cumpriria viagem até Nova York. Muitas pessoas, crendo nas parcas
 notícias dos meios de comunicação da época, esperaram piamente o Titanic no porto de Nova York na data marcada para a sua chegada. Gente que esperava parentes e amigos, mas só
 encontraram os poucos sobreviventes trazidos pelo Carpathia. O choque do naufrágio ainda não havia sido despertado.



O Titanic foi um símbolo da Belle Époque e da modernidade do novíssimo século XX. Numa época em que o futuro parecia haver finalmente chegado e as invenções tecnológicas ditavam
 o ritmo de uma nova era traduzida pelo estilo Art Noveau. A eletricidade, o telégrafo sem fio, o cinema, a bicicleta, o automóvel e o avião inspiravam o surgimento de um novo mundo,
 em que a realidade era outra e o passado romântico do século XIX havia finalmente ficado para trás. O Titanic inserido nesse contexto, representava os avanços da ciência e o poder do
homem que acabara criando o maior objeto móvel até então construído. Essa força, poder e segurança do homem eram afirmados no Titanic - que se diziam inafundável - e também
 acabaram por cair por terra quando ele afundou. A partir daí perguntaram-se se essa segurança era tão real e se esse poder era tão verdadeiro como parecia ser. Talvez, o Titanic tenha
 representado uma ruptora ideológica antes mesmo da que viria com a 1ª Guerra Mundial, que pôs fim aquela sociedade que por pouco tempo pareceu perfeita.



100 anos depois ele ressurge das profundezas, aonde está sepultado a 4.000 metros de profundidade. Com o naufrágio prestes a completar seu centenário, a inauguração de um museu
 em Belfast, e o relançamento em 3D do histórico filme de 1997, a lenda dos mares volta a ser posta em questão. Mesmo após tantos anos, especialistas e pesquisadores investigam alguns
 dos mais de 5.000 objetos recuperados do navio, desde sua redescoberta em 1985. Outros põem em questão o naufrágio, seus destroços e vão mais a fundo ainda: mapeando cada minuto
 da tragédia e os destroços do navio fantasmagórico no fundo do mar. Levando em consideração as condições horrorosas a que foi submetido em seu naufrágio, alguns ambientes ainda
 demonstram um ótimo estado de conservação. Talvez, por pouco tempo, é certo que um dia tudo desaparecerá, mas a lenda nunca morrerá.








Fonte:
http://lounge.obviousmag.org/vitor_dirami/2012/03/titanic-100-anos-depois.html#ixzz1rJkLlouf

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